terça-feira, 30 de outubro de 2012

Filhos de Fé, filhos de sangue....como separar dentro do terreiro a ligação familiar?

As vezes fico pensando, como separar essa questão dentro do terreiro....
Tratar pessoas estranhas, cuidar de pessoas que as vezes você nunca viu na vida, é o que fazemos, e eu acho fácil, não vejo muitas dificuldades nisso, mas tratar do seu próprio filho de sangue, isso sim é difícil, separar a ligação co-sanguínea não e fácil, porque nesse momento entram vários fatores, acabo não conseguindo lidar com essas questões, uma briga em casa, uma discussão que se  tem dentro de casa, acaba querendo ou não, refletindo em nossas giras, em nossos trabalhos espirituais.
Eu realmente acreditei que seria possível separar as duas coisas sem que uma não refletisse na outra, mas parece não não consegui....
Nos últimos meses, as coisas começaram a ficar mais pesadas entre nós, por questões pessoais, questões essas que não vem ao caso aqui, problemas normais entre mãe e filho, mas ao chegar no terreiro, percebi que não, que estávamos levando lá para dentro, esses problemas...
Os caminhos foram se estreitando, situações foram acontecendo entre nós, que chegou um momento que eu não mais sabia como agir com ele dentro dos trabalhos....
Ao pedir ajuda aos meus mentores, aconselharam, conversaram, até que também não tinham mais o que fazer sobre isso também.....
Um clima chato se instaurou entre nós, algumas outras situações foram acontecendo, que não tive outra alternativa a não ser pedir para que ele se retirasse do terreiro, ao fazer isso fiquei extremamente chateada, pois também sei do seu amor pela Umbanda, mas não me restou outra saída, a não ser está, essa talvez tenha sido a decisão mais difícil que eu tomei em cinco anos de casa aberta....
Hoje me sinto muito triste com isso, mas sei que foi a forma de mostrar a ele que existe um limite, existe uma separação na relação de filho de sangue e filho de fé, um filho de sangue faz várias coisas que nós como mães apesar de não concordar aceitamos, afinal filhos são filhos, mas filhos de fé, não podem se portar como filhos de sangue, filhos de fé não podem de forma alguma se esquecer que apesar de serem filhos e sangue, dentro do terreiro são filhos de fé, igual aos outros, são tratados de forma igual sem separação, lá dentro do terreiro somos todos iguais, irmão de fé, e eu sou a dirigente, tem que existir um respeito, não se pode fazer o que quer, a relação tem que ser muito diferente.....
E com muita dor no meu coração aprendi isso, que existe um limite a ser respeitado em relação ao parentesco no terreiro e a forma que infelizmente eu encontrei de fazer isso foi desligando meu próprio filho da casa.....
Decisão esta que em cinco anos de casa aberta nunca precisei tomar, nunca precisei desligar ninguém da minha casa.....por isso falo foi a decisão mais difícil que eu tomei....

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