Este blogg será dedicado, a todos os Pais de Santo, Zeladores e Sacerdotes da Umbanda, para que possamos entender o dia-a-dia de um terreiro de umbanda...
terça-feira, 30 de outubro de 2012
A festa do Exu Mangueira e do Exu Capa Preta
Esta foi uma festa belíssima a energia estava ótima, todas as entidades presentes estavam felizes com tudo....é difícil você ir em uma festa de esquerda onde a energia não esteja pesada, a energia estava ótima, valeu o trabalho, valeu o cansaço, valeu por tudo, as fotos são de vermelho e branco o Sr. Exu Mangueira, a do meio a do Sr. Exu Capa Preta, e a de baixo, são as entregas que foram feitas para várias entidades....não coloquei outras fotos, porque não tiraram fotos de todas as entidades em terra, então para não ser injusta, vamos colocar apenas as fotos dos donos da festa....mas não vamos deixar de citar que a organização da festa foi da nossa amiga Jussara, e da nossa outra amiga Claudete, vocês duas trabalharam duro, mas foi recompensador o resultado final, Parabéns a vocês duas....também não podemos deixar de agradecer a Eguida que veio de Salvador e estava lá. Ao Severino Sena e sua esposa, ao Ogã Fábio, a todos o nosso obrigado.....
Filhos de Fé, filhos de sangue....como separar dentro do terreiro a ligação familiar?
As vezes fico pensando, como separar essa questão dentro do terreiro....
Tratar pessoas estranhas, cuidar de pessoas que as vezes você nunca viu na vida, é o que fazemos, e eu acho fácil, não vejo muitas dificuldades nisso, mas tratar do seu próprio filho de sangue, isso sim é difícil, separar a ligação co-sanguínea não e fácil, porque nesse momento entram vários fatores, acabo não conseguindo lidar com essas questões, uma briga em casa, uma discussão que se tem dentro de casa, acaba querendo ou não, refletindo em nossas giras, em nossos trabalhos espirituais.
Eu realmente acreditei que seria possível separar as duas coisas sem que uma não refletisse na outra, mas parece não não consegui....
Nos últimos meses, as coisas começaram a ficar mais pesadas entre nós, por questões pessoais, questões essas que não vem ao caso aqui, problemas normais entre mãe e filho, mas ao chegar no terreiro, percebi que não, que estávamos levando lá para dentro, esses problemas...
Os caminhos foram se estreitando, situações foram acontecendo entre nós, que chegou um momento que eu não mais sabia como agir com ele dentro dos trabalhos....
Ao pedir ajuda aos meus mentores, aconselharam, conversaram, até que também não tinham mais o que fazer sobre isso também.....
Um clima chato se instaurou entre nós, algumas outras situações foram acontecendo, que não tive outra alternativa a não ser pedir para que ele se retirasse do terreiro, ao fazer isso fiquei extremamente chateada, pois também sei do seu amor pela Umbanda, mas não me restou outra saída, a não ser está, essa talvez tenha sido a decisão mais difícil que eu tomei em cinco anos de casa aberta....
Hoje me sinto muito triste com isso, mas sei que foi a forma de mostrar a ele que existe um limite, existe uma separação na relação de filho de sangue e filho de fé, um filho de sangue faz várias coisas que nós como mães apesar de não concordar aceitamos, afinal filhos são filhos, mas filhos de fé, não podem se portar como filhos de sangue, filhos de fé não podem de forma alguma se esquecer que apesar de serem filhos e sangue, dentro do terreiro são filhos de fé, igual aos outros, são tratados de forma igual sem separação, lá dentro do terreiro somos todos iguais, irmão de fé, e eu sou a dirigente, tem que existir um respeito, não se pode fazer o que quer, a relação tem que ser muito diferente.....
E com muita dor no meu coração aprendi isso, que existe um limite a ser respeitado em relação ao parentesco no terreiro e a forma que infelizmente eu encontrei de fazer isso foi desligando meu próprio filho da casa.....
Decisão esta que em cinco anos de casa aberta nunca precisei tomar, nunca precisei desligar ninguém da minha casa.....por isso falo foi a decisão mais difícil que eu tomei....
Tratar pessoas estranhas, cuidar de pessoas que as vezes você nunca viu na vida, é o que fazemos, e eu acho fácil, não vejo muitas dificuldades nisso, mas tratar do seu próprio filho de sangue, isso sim é difícil, separar a ligação co-sanguínea não e fácil, porque nesse momento entram vários fatores, acabo não conseguindo lidar com essas questões, uma briga em casa, uma discussão que se tem dentro de casa, acaba querendo ou não, refletindo em nossas giras, em nossos trabalhos espirituais.
Eu realmente acreditei que seria possível separar as duas coisas sem que uma não refletisse na outra, mas parece não não consegui....
Nos últimos meses, as coisas começaram a ficar mais pesadas entre nós, por questões pessoais, questões essas que não vem ao caso aqui, problemas normais entre mãe e filho, mas ao chegar no terreiro, percebi que não, que estávamos levando lá para dentro, esses problemas...
Os caminhos foram se estreitando, situações foram acontecendo entre nós, que chegou um momento que eu não mais sabia como agir com ele dentro dos trabalhos....
Ao pedir ajuda aos meus mentores, aconselharam, conversaram, até que também não tinham mais o que fazer sobre isso também.....
Um clima chato se instaurou entre nós, algumas outras situações foram acontecendo, que não tive outra alternativa a não ser pedir para que ele se retirasse do terreiro, ao fazer isso fiquei extremamente chateada, pois também sei do seu amor pela Umbanda, mas não me restou outra saída, a não ser está, essa talvez tenha sido a decisão mais difícil que eu tomei em cinco anos de casa aberta....
Hoje me sinto muito triste com isso, mas sei que foi a forma de mostrar a ele que existe um limite, existe uma separação na relação de filho de sangue e filho de fé, um filho de sangue faz várias coisas que nós como mães apesar de não concordar aceitamos, afinal filhos são filhos, mas filhos de fé, não podem se portar como filhos de sangue, filhos de fé não podem de forma alguma se esquecer que apesar de serem filhos e sangue, dentro do terreiro são filhos de fé, igual aos outros, são tratados de forma igual sem separação, lá dentro do terreiro somos todos iguais, irmão de fé, e eu sou a dirigente, tem que existir um respeito, não se pode fazer o que quer, a relação tem que ser muito diferente.....
E com muita dor no meu coração aprendi isso, que existe um limite a ser respeitado em relação ao parentesco no terreiro e a forma que infelizmente eu encontrei de fazer isso foi desligando meu próprio filho da casa.....
Decisão esta que em cinco anos de casa aberta nunca precisei tomar, nunca precisei desligar ninguém da minha casa.....por isso falo foi a decisão mais difícil que eu tomei....
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Picuinhas do terreiro
As vezes, fico analisando algumas coisas que acontecem aqui, e as vezes fico me perguntando se isso acontece apenas aqui na minha casa, ou se acontece nas outras casas.
Eu nunca fui atrás de médium nenhum, não mesmo, muito pelo contrário, chegavam aqui e eu encaminhava para outras casas, mas quando não pude mais fazer isso comecei a aceitá-los,
Mas como são difíceis para entender as coisas que falamos, se explicamos tudo, ensinamos a fazer, perguntamos no final, "está tudo bem, ficou alguma dúvida.", a reposta é, "tudo em ordem, não ficou dúvida nenhuma", sendo assim acreditamos que podemos seguir em frente....ledo engano meu, alguns dias se passam e voltam com as mesmas perguntas, respondemos, procuramos a melhor forma de explicar, pq talvez a forma que eu expliquei da primeira vez não foi o suficiente então vamos mudar a forma....passado mais uns dias, volta o mesmo médium com as mesmas dúvidas.....aí...vem né...minha frase....acho que meu jargão .... "- Já não te expliquei isso umas três ou quatro vezes?" Senhoooorrr, não seria mais fácil, e mais proveitoso, falar na hora em que está sendo dada a explicação, precisa esperar tanto tempo pra refazer a mesma pergunta, aí o médium fica te olhando com cara de dedo, sem expressão alguma no rosto....é nesse momento que passa uma ligeira vontade de colocar o médium de castigo de joelhos em cima do milho, mas aí, eu olho e simplesmente falo, não vou explicar mais, já expliquei inúmeras vezes, vai pesquisar, vai aprender, vai conversar com seu irmão, quem sabe ele possa te ajudar.
Outa coisa que tem acontecido muito, que também pensei que fosse coisa apenas de filho de sangue, os meus aqui em casa vivo passando por isso, uns acham que eu trato de forma diferente o outro, o outro acha que está sendo injustiçado por que não chamei ele para ficar na ponta da fila, o outro acha que eu não gosto dele e não pode ligar pra mim, o outro gosta tanto de mim que chega na minha casa ao meio dia e só que ir embora as dezenove horas, com 28 filhos de fé dentro da casa, como eu vou tratar todos, carregando-os no colo para que não se sintam injustiçados, não entendem que são quase trinta pessoas, adultas, porque não desenvolvo crianças, somente acima de 18 anos para entrar na gira, então são adultos, como tratar todos dentro de uma igualdade, os mais antigos querendo não já criaram um vínculo maior com a casa e comigo, os mais novos estão chegando, precisam de atenção, quando eu tenho que dar uma bronca, não me interessa quem seja, vou falar e pronto, não me interessa se novo de casa ou não, nunca ofendi um filho, nunca xinguei, nem agredi verbalmente a nenhum dos filhos da casa, e não fico bajulando nenhum filho de fé, não sei o que querem, sabe o que eu acabo enxergando essas atitudes como, querer chamar atenção, assim tenho que ser o melhor, ficar na frente, ficar ao lado da dinda para ela me notar, meu Deus as vezes parece que vem para gira com intuitos diferentes do meu, quando entro no terreiro é para trabalhar e desenvolver o meu lado espiritual, e é isso o que o médium tem que fazer, todos serão notados, todos serão olhados, sempre olho e sempre cuido e se eu não ver, tem o pai pequeno da casa que acompanha e me passa o que acontece, não adianta o médium tentar mostrar que ele está bem desenvolvido, que ele já pode ir para o atendimento, que ele pode tudo, não, não, o médium dia-a-dia é cuidado e analisado pelas entidades da casa, eu estou aqui sempre, mas quem está de olho em tudo mesmo são as entidades, elas que me passam o que está havendo com o médium, se está se desenvolvendo bem, se não está envaidecido pela mediunidade, pelas entidades que tem, "pq meu exu é tal", "saia da minha pomba gira é de lacinho", coias que não tem nada a ver com os trabalhos, então de que adianta tentar chamar a minha atenção, já que na verdade não sou eu quem tomos as decisões......médiuns aprendam, nada, mas nada mesmo passara pelas entidades chefes da casa desapercebido.....eles sempre vão olhar, e eu vou apenas ser sempre um instrumento deles, se o médium estiver bem para atender, eles vão decidir....não sou eu que tomo as decisões em relação aos médiuns, são sempre eles....
Aprendam que o ego, a vaidade somente atrasarão a caminhada.....
Atendimento aos filhos da casa
Hoje foi uma noite interessante....
Uma filha de santo veio pedir para falar com a baiana, e veio, trouxe a minha baiana em terra para conversar mais a vontade com essa filha, já que na giras de atendimento a consulentes, os médiuns não conseguem falar com as minhas entidades que acabam dando preferência aos atendimentos para consulentes.
De um atendimento, viraram vários, os filhos sente o cheiro, chegaram na hora do atendimento....tudo bem, não tem problemas atendemos a todos, conversaram e esclareceram as suas dúvidas.
Acabo sempre trabalhando mais do que espero, sempre acho que será uma conversa de meia hora, acaba virando uma incorporação de quase três horas.
Mas sempre acabo deixando isso acontecer, apesar de que as vezes eu não quero trabalhar fora dos dias das giras, por vários motivos, eu estar cansada, ou ter outras coisas a fazer, mas sempre acabo atendendo os filhos que precisam, acho que isso é importante para eles.
As vezes nós que somos médiuns precisamos conversar, falar com a entidade chefe da casa, nem que seja apenas para abraçar, quando eu não tinha casa aberta gostava de passar com a entidade chefe, afinal era ali, a entidade do meu zelador, ficava orgulhosa quando conseguia falar com eles, hoje em dia, o muito que eu consigo é assistir uma gira em um outro terreiro no anonimato....kkkk....é as vezes gosto de ver a gira girar, sem fazer parte dela, ver a abertura, ouvir os atabaques, ver as incoporações, ver os atendimentos, emfim tudo na gira, as vezes vou em alguns terreiros sem me apresentar, vou apenas na assistência, apenas para ver a gira, é bom é gostoso, as vezes quero também passar sem ninguém me notar como médium, tudo bem as vezes é difícil, mas as vezes consigo, se eu me sinto assim as vezes, penso que os médiuns da minha casa, precisem também de um tempo a mais para poderem falar com as minhas entidades, e por mais cansada que eu esteja, acabo sempre deixando.......
Axé
Uma filha de santo veio pedir para falar com a baiana, e veio, trouxe a minha baiana em terra para conversar mais a vontade com essa filha, já que na giras de atendimento a consulentes, os médiuns não conseguem falar com as minhas entidades que acabam dando preferência aos atendimentos para consulentes.
De um atendimento, viraram vários, os filhos sente o cheiro, chegaram na hora do atendimento....tudo bem, não tem problemas atendemos a todos, conversaram e esclareceram as suas dúvidas.
Acabo sempre trabalhando mais do que espero, sempre acho que será uma conversa de meia hora, acaba virando uma incorporação de quase três horas.
Mas sempre acabo deixando isso acontecer, apesar de que as vezes eu não quero trabalhar fora dos dias das giras, por vários motivos, eu estar cansada, ou ter outras coisas a fazer, mas sempre acabo atendendo os filhos que precisam, acho que isso é importante para eles.
As vezes nós que somos médiuns precisamos conversar, falar com a entidade chefe da casa, nem que seja apenas para abraçar, quando eu não tinha casa aberta gostava de passar com a entidade chefe, afinal era ali, a entidade do meu zelador, ficava orgulhosa quando conseguia falar com eles, hoje em dia, o muito que eu consigo é assistir uma gira em um outro terreiro no anonimato....kkkk....é as vezes gosto de ver a gira girar, sem fazer parte dela, ver a abertura, ouvir os atabaques, ver as incoporações, ver os atendimentos, emfim tudo na gira, as vezes vou em alguns terreiros sem me apresentar, vou apenas na assistência, apenas para ver a gira, é bom é gostoso, as vezes quero também passar sem ninguém me notar como médium, tudo bem as vezes é difícil, mas as vezes consigo, se eu me sinto assim as vezes, penso que os médiuns da minha casa, precisem também de um tempo a mais para poderem falar com as minhas entidades, e por mais cansada que eu esteja, acabo sempre deixando.......
Axé
domingo, 7 de outubro de 2012
Primeira Gira do Mês.....
Chegou a semana da primeira gira do mês, começa logo no início da semana a correira para deixar tudo pronto, e sempre, sempre pedindo para o Pai Oxalá abençoar a semana, para que no dia da gira, eu não esteja cansada, ou com as minhas energias alteradas por causa de problemas durante a semana, problemas todos temos, o que peço é par que não me atrapalhe nos trabalhos.....
Quanto ao corpo mediúnico da casa, peço sempre que cada médium dessa casa venha com o objetivo de ajudar ao próximo mais do que a si mesmo...acho que isso é o que todos os dirigentes pedem né....
Na verdade peço muito para que cada filho da casa, principalmente os novos, que acabam vislumbrados com os trabalhos, que não passem na frente das entidades, que não se deixem tomar pelo ego e pela vaidade, e que não permitam nunca que o orgulho fale mais alto do que a caridade.
Uma coisa muito interessante que tenho visto aqui na minha casa, é que os filhos de fé, dão uma chaqualhada, irradiam as entidades, e já conhecem tudo....mas tudo mesmos, já saem dando até consultas....para amigos e parentes....ficam bravos comigo quando simplesmente falo que estão em desenvolvimento e vão continuar....mas ainda aceitam, o pior é ver o médium que já está pronto para atender, está no ponto de começar a ajudar nos atendimentos da casa, quando é chamado para fazer parte dos atendimentos, metem os pés pelas mãos, dicam entronados em seus orgulhos, se achando o melhor médium da casa....já tive vários problemas assim, problemas de ter que voltar o médium para o atendimento....alguns eu consegui trazer para razão e entendimento, outros, diziam tão preparados que não aceitavam o que eu falava, saíram da casa, senti muito por esses que saíram pois saíram dizendo estar procurando novas casa aonde eles tivessem o devido valor, não entenderam nada, quando quis protegê-los, não deixar que sentimentos nocivos a eles mesmos estivessem interferindo na sua caminhada espiritual, mas tudo bem, espero que tenham encontrado uma boa casa, que lá tenham o devido aprendizado.
Me preocupo com essas coisas com os filhos da casa, porque essa semana estaremos trabalhando com baianos, exus e pombos-giras, os trabalhos da casa geralmente são pesados, trabalhamos nas linhas de desobsessão e cura, então preciso que os médiuns estejam firmes, para que não quebrem a corrente, e que ninguém passe mal, é horrível terminarmos os trabalhos, depois de horas trabalhando e os médiuns caindo as tortas e direitas, não gosto de situações assim e sei que muita coisa é o próprio médium que atraí pra sim....
Mas espero que essa gira eu não tenha problemas, já que na última gira já foram feitos os transportes necessários para limpeza da casa....
Quanto ao corpo mediúnico da casa, peço sempre que cada médium dessa casa venha com o objetivo de ajudar ao próximo mais do que a si mesmo...acho que isso é o que todos os dirigentes pedem né....
Na verdade peço muito para que cada filho da casa, principalmente os novos, que acabam vislumbrados com os trabalhos, que não passem na frente das entidades, que não se deixem tomar pelo ego e pela vaidade, e que não permitam nunca que o orgulho fale mais alto do que a caridade.
Uma coisa muito interessante que tenho visto aqui na minha casa, é que os filhos de fé, dão uma chaqualhada, irradiam as entidades, e já conhecem tudo....mas tudo mesmos, já saem dando até consultas....para amigos e parentes....ficam bravos comigo quando simplesmente falo que estão em desenvolvimento e vão continuar....mas ainda aceitam, o pior é ver o médium que já está pronto para atender, está no ponto de começar a ajudar nos atendimentos da casa, quando é chamado para fazer parte dos atendimentos, metem os pés pelas mãos, dicam entronados em seus orgulhos, se achando o melhor médium da casa....já tive vários problemas assim, problemas de ter que voltar o médium para o atendimento....alguns eu consegui trazer para razão e entendimento, outros, diziam tão preparados que não aceitavam o que eu falava, saíram da casa, senti muito por esses que saíram pois saíram dizendo estar procurando novas casa aonde eles tivessem o devido valor, não entenderam nada, quando quis protegê-los, não deixar que sentimentos nocivos a eles mesmos estivessem interferindo na sua caminhada espiritual, mas tudo bem, espero que tenham encontrado uma boa casa, que lá tenham o devido aprendizado.
Me preocupo com essas coisas com os filhos da casa, porque essa semana estaremos trabalhando com baianos, exus e pombos-giras, os trabalhos da casa geralmente são pesados, trabalhamos nas linhas de desobsessão e cura, então preciso que os médiuns estejam firmes, para que não quebrem a corrente, e que ninguém passe mal, é horrível terminarmos os trabalhos, depois de horas trabalhando e os médiuns caindo as tortas e direitas, não gosto de situações assim e sei que muita coisa é o próprio médium que atraí pra sim....
Mas espero que essa gira eu não tenha problemas, já que na última gira já foram feitos os transportes necessários para limpeza da casa....
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Filhos de Santo - Filhos de fé
Ao longo desses cinco anos de terreiro, reneguei durante três anos qualquer filho de santo que chegasse a minha casa, gostava mesmo de trabalhar sozinha, não exigia muito de mim, poucas pessoas para atender, gastos diversos como velas e defumação eram poucos, um quilo de vela eu conseguia usar o mês inteiro de trabalho, tudo era muito mais fácil....
Quando três anos atrás aceitei duas filhas de santo a Patricia e a Wivi, que estão comigo até hoje, logo quando entraram, conversei com a minha Baiana a Maria Preta (entidade chefe), que não iria aceitar de forma alguma outros filhos, já que a casa era muito pequena e ainda é, esse pedido meu foi muito bem aceito nesses três anos, tudo corria bem, conseguia fazer uma gira por semana com a duração de 1:30 a 2:00 hs, perfeito,no final do ano passado chegaram mais quatro médiuns, um meu filho de sangue o Léo, a Yasmim, a Gabrielle e o Alvaro....nessa época já estava fazendo cursos e mais cursos já que chegaram mais médiuns, queria saber mais para poder esclarecer todas as dúvidas, por que quando se começa num terreiro, tem um milhão de dúvidas, e muitas vezes os zeladores não conseguem esclarecer...passei por isso e não queria que os médiuns da casa passassem por isso, dava aulinhas semanais, era uma época muito boa.....foi nessa época que eu comecei a fazer sacerdócio....aos poucos foi abrindo um leque maravilhoso de conhecimento, a cada aula assistida, novas informações, época que as coisas no terreiro começaram a mudar, quando chegou o ano de 2012, recebi a visita de meu Exu, que me deu a seguinte ordem: - Nenhum médium que procurar essa casa será encaminhado para outra, estaremos trazendo médiuns para você desenvolver, como nesse começo de ano o terreiro abriu com muito atraso por conta de uma reforma que demorou mais que o normal de uma reforma, porque não se tem dinheiro a vontade dentro de um terreiro se faz tudo com muita luta, acatei a ordem, pensei comigo mesmo, "bem já estamos no mês de abril...novos médiuns...não será nenhum rompante....mal sabia eu que estava redondamente enganada.....
Com o término da reforma veio a primeira gira, e toda euforia e a saudade dos trabalhos e das giras de toda movimentação de terreiro que já faz parte da minha vida, estava super empolgada, congá novinho, paredes com pintura nova, estava empolgada, os médiuns também, todos nós, a abertura foi linda, tudo transcorreu na mais perfeita paz e harmonia, algumas giras depois, pessoas começaram a me procurar, médiuns sem casa, médiuns iniciantes, médiuns, médiuns e mais médiuns, nossa me assustei, quando cheguei em dois meses a dezesseis médiuns, mas achei realmente achei que pararia aí....eu novamente enganada, a entrada de médiuns aconteceu durante várias giras e quando dei por mim...estava eu com quase 30 médiuns na casa...
Essa quantidade de médiuns dentro de um terreiro já é uma coisa que para muitos é normal, para mim não, uma casa com um espaço tão pequeno, apertadinho com tantas pessoas, não teria como dar certo, isso era um pensamento típico de uma pessoa negativa assustada, e médiuns que chegavam totalmente crus....sem o menor conhecimento de fundamento de religião de orixá, tocando gira no quintal...fiquei realmente preocupada, foi onde comecei a separar a gira, uma sexta para atendimento, no sábado para desenvolvimento, isso foi a minha luz, conseguia atender todos os consulentes e no sábado dava atenção somente aos filhos da casa, até com um certo sucesso, porque costumo dizer que aprendo dia-a-dia com eles, e cometo erros também, mas sigo em frente, aprendi que nenhum medo é tão grande para derrubar um filho de fé, a minha fé nos Orixás é o que me sustenta, sustenta a minha casa e alimenta a cada filho dessa casa....
Hoje me sinto completa, pois sei que tudo pode ser mantido de pé, basta ter fé.....
Axé pra todos.
Merilin
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